quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Fogo e o Mar

Como poderia o calor febril do deserto existir, sem as noites mais frias e incríveis que o pondera?
Como poderia o pôr-do-Sol triunfante nascer, sem a doce ternura do adormecer da madrugada?
Como poderiam as chamas vibrantes flamejarem, sem o sopro fugaz e necessário do teu ar?
Como poderiam meus pés no chão tocarem, sem o contrapeso da tua gravidade existencial a reinar?

Sinto-me assim, levemente encorajado pelas forças opostas da natureza, onde sei que um dia, hei de me colidir com a outra face de minha alma. Destemido e ligeiramente atordoado, vôo de encontro à aquilo que muitos temem ou desejam omitir de suas mentes - o destino. Sou fogo e fera solta em um mundo caótico e sem luz, onde poucos procuram o que realmente precisam, ou que desejam. Ao contrário de muitos, eu sei aonde realmente posso me encontrar.

Quando tudo parecia tão vazio e sem sentido, a verdadeira imagem no espelho refletia toda a mensagem escondida, que esteve sempre ali ao meu alcance e o tempo todo. A resposta confiável, porém, longa, desafiando a mente de quem quer que tentasse desvendá-la. Um labirinto infernal, onde o caminho certo, poderia ser também, a rota errada. Mas eu por fim a encontrei, vagando no profundo mar que é tua alma.

Que me afoga...

Que me devora...


Que me alimenta...



E alimenta eternamente,  o meu amor.